terça-feira, 30 de junho de 2009

Eternas anotações

Teria sido eu pintor,
Manchas disformes atestariam minha falta de exatidão.
Fosse músico,
Notas trariam lágrimas ao se encontrarem
Com o que teimo em descrever.
Quem dera escritor,
Para que palavras saltassem aos olhos,
Tornando vivo o que se esconde
Por detrás dos olhos.
Linhas diriam palavras eternas,
Ansiedade transformada em calmaria,
Distância em mera poesia.

Eu queria, como gostaria,
De numa folha de papel,
Dizer-te quem é o Gabriel!
Transmutar desejos,
Sentimentos,
Para que então eles possam fazer-te companhia,
Tecer pensamentos,
Para que lembre-se deles
Quando eu não estiver por perto.

Pois em mim tenho que a eternidade cabe em um momento,
Em um coração.
E aqui tento exprimir
Esse absurdo sentimento,
Um pedaço desse tempo.
Que não é minha criação,
Mas que vive na eternidade de um momento divino;
Momento crescido,
E que aos poucos voa
Nessa incrível imensidão.

06/09

quarta-feira, 3 de junho de 2009

As flores nascem a cada manhã,
São novas e belas
Como se não houvesse história,
Como que únicas a cada dia.

Assim meus olhos correm
Por essas paisagens,
Esperançosos de uma nova manhã,
Um novo haver,
Nova oportunidade.

Haverá manhã nova, dis a terna voz.
Talvez meus olhos procurem-na afoitos,
Sem saberem da graça diária;
Cansados de procurar,
Encontrarão, então,
O que sempre esteve ali.

31/05/09