sábado, 25 de outubro de 2008

A valsa dos desesperados

Agora é essa música lenta,
O relógio passando...
Eu escrevo errado,
Vou tentando, tentando,
Errando, errado.
Os ciclos,
O vento,
As folhas que caem
No meu pensamento,
A fumaça que vai se formando,
Imagem turva do amor silêncio.
Essa impressão eterna
Da voz altiva
Agora distante.
Teu semblante vivo
Que eu sei, é triste.
E meu coração agora
Te escreve uns versos mudos,
Pálidos,
Pois és assim
Na composição de minha mente.
És um pórtico partido,
Um espelho quebrado,
Que insiste em embaralhar-me.
Ofereço-te agora uma melodia,
Incompleta, vazia, cíclica,
Que toca seus ouvidos como uma lágrima.
E agora são gritos tudo aquilo que dizes.
E essa valsa o teu feliz encontro,
Teu par,
Um manequim cadavérico,
Gélido a te guiar pelo salão antigo
De vazios
E fantasmagóricas lembranças
Abandonadas pelo tempo.

10/08

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns meu amigo. Muito melhor silenciar sua lira que persistir em sua execução canhestra. Foi um ato coragem. Como disse certa vez Joel Silveira, nada mais detestável que um poeta mediano.