A poesia anda perdida pelas ruas
Procurando quem a abrigue.
Anda desconsolada
Pelas mentes complexas,
Avessas à súplica,
Ao braço que se estende.
É mais um moribundo
Que toca seu violão,
Dividindo espaço entre as pessoas
E as paredes de concreto.
A poesia sorri aos transeuntes
Mas eles a negam,
Alegando sua inutilidade.
Do que lhes serviria as palavras afinal?
Uns decretaram o fim desse lirismo besta,
Presos em suas regras de pretensa liberdade,
Separam corações de mentes.
Em cada esquina, um miserável
Em cada mente, um deus
Em alguns olhos, o viver.
A poesia sentou-se à sarjeta
Escreveu seus dizeres no asfalto
Pediu a Deus clemência
E comprometeu-se com os inúteis
Estes sim, os últimos a andarem descalços
Pelo chão.
12/08
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
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4 comentários:
Caro amigo, não seria a poesia realmente inútil? Será que você não está com uma compreensão errada da poesia? Deixo-o com as palavras de Paulo Leminiski "para que reflitas e fites": “A poesia é o inutensílio. A única razão de ser da poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa. Porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um porquê, querer que a poesia esteja a serviço de alguma coisa é a mesma coisa que querer que o orgasmo tenha um porquê, que a amizade e o afeto tenham um porquê. A poesia faz parte daquelas coisas que não precisam de um porquê.” (Paulo Leminski)
falei que você nao ia ter tempo de sustentar isso aqui mais. Falei! FALEI!
Mais posts! Queremos mais!
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