domingo, 5 de outubro de 2008

...E que venham os dias

Hoje o mar é revolto,
Bravio
E o vento bate forte.

Meu barco de papel
Resiste com audácia,
Corta as ondas
E não se rende facilmente.

Mas é no ápice dessa resistência
Que eu fecho os olhos,
Abro os braços
E, sem pestanejar,
Me atiro ao mar.

Que as ondas e a maré me levem.

Meu barco, feito com muitíssimo zelo,
Composto da mais bela ambição,
Do mais inocente orgulho,
Se desfaz num único instante.

Agora sou feito da água,
Filho do vento e da terra.

Perco tudo e perco nada
Ganho tudo aquilo
Que os anos e a mente
Me fizeram perder.

10/08

Um comentário:

anna disse...

Eu devia arriscar perder tudo. Lembra daquela história de pensarna gente senão a gnt vira figurante?.. me fez pensar nisso, e q eu devia arriscar tudo que eu teimo em proteger, pq talvez no fim significasse nada.. e eu perdesse nada, muito pelo contrário. igual taí.