sábado, 9 de agosto de 2008

A um grande amigo

"Caro amigo,
Algumas coisas continuam difíceis; ás vezes me pego cabisbaixo, silencioso, repassando algumas frustrações, falhas...
Olho o tempo passando e eu sempre corro para não perder... Perder o quê? Não sei, mas corro inutilmente. Ainda ouço as mesmas músicas, ainda refaço meus velhos passos, você sabe, eu não mudo facilmente. Ainda ignoro alguns conselhos, julgando saber. Tenho andado por aí, pensando sempre na queda eminente, na minha estúpida teimosia, na velha mania de perder o jogo antes da partida; pensando que talvez eu nunca mude. Amigo, mais que irmão, quantas vezes te contei pesadelos que me atordoavam a mente! Sempre foi fácil te falar das lágrimas que não derramei. Meu caro amigo, obrigado por sempre ter sido aquele que se sentou na beira do abismo comigo, e me convenceu a não pular. Obrigado porque eu sei que, se fosse preciso, você desceria até o mais profundo abismo da alma, só pra chorar comigo as dores que, de já tão profundas, caminham lado-a-lado comigo. E só bastaria um olhar, um sorriso para que tudo se tornasse muito mais fácil.
Para nós que pensávamos morrer tão cedo, tenho grandes notícias.
Digo que a caminhada ainda é longa. E se não for, não importa. Um só dia pode conter uma vida inteira, e isso já é o bastante."

08/08

2 comentários:

anna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
anna disse...

Ow, a gente tem alguma coisa em comum e em sintonia que eu num sei o que é! hehehe Eu já postei uma carta a um amigo no meu blog antigo.. vou até te mostrar hehehe Pq não é possível... o seu penúltimo post falou quase da mesma coisa que o meu tb! hehehe

"Olho o tempo passando e eu sempre corro para não perder... Perder o quê?" - rolou uma identificação hehehe

Um dia só, em silêncio, já pode conter o bastante.. o que a gente procurou e quis durante uma vida.

http://pecadodepensar.blogspot.com/2007/04/juiz-de-fora-28-de-abril-de-2007.html
[aqui está o post da carta ao amigo.]

bjo.